PER (Price Earning Ratio) -

O que é, e para que serve?

O PER é um dos principais instrumentos que se utilizam de modo a tentar avalia uma empresa.
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O que significa afinal?
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É um rácio financeiro, que relaciona os lucros líquidos da empresa com a sua capitalização bolsista, ou os resultados por acção (EPS) com a sua cotação.
Na teoria, será quantas vezes o investidor paga pelos lucros da empresa. Se estes fossem totalmente distribuídos e não existisse crescimento, seria o número de anos que o investidor demoraria a recuperar o seu investimento na empresa à cotação presente.
Pode ser calculado das seguintes maneiras:
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PER=Preço da acção/EPS
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Ou
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PER=Capitalização Bolsista/Resultados líquidos
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Em qualquer um dos casos devem ser contabilizados para o cálculo do EPS ou dos Resultados Líquidos, apenas os lucros relativos a actividades recorrentes da empresa,excluindo tudo o que sejam resultados extraordinarios, também conhecidos como não recorrentes.
Por exemplo a EDP o ano passado recebeu um valor extraordinario relativo à alienação parcial da EDP Renovaveis. Esse valor não se vai repetir no futuro, logo não deve ser contabilizado. Nós com a Análise Fundamental queremos é saber os lucros futuros.
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Sendo o PER um rácio muito útil, por se só não serve de nada. Embora seja comum ouvir dizer que um PER abaixo de 10 significa que uma acção está barata e mais de 20 que está cara não passa de uma generalização errada.
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A melhor maneira de avaliar com recurso ao PER em minha opinião é a seguinte:
- O PER deve acompanhar a taxa de crescimento dos lucros dos lucros por acção.
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Ou seja, se uma empresa aumenta o seu EPS em 35% ao ano é normal essa empresa transaccionar com um PER de 30 sem significar que esteja cara.
Já uma empresa com lucros constantes e sem grandes possibilidades de crescimento não deverá transaccionar com um PER superior a 15.
Porque investiria eu numa empresa que não aumenta os seus lucros e só daqui a 15 anos é que rentabilizaria o meu investimento?
Uma empresa com um PER muito baixo costuma ser até um mau sinal. Significa que a empresa está com problema financeiros e/ou de lucros que podem virar prejuízos.
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Outra factor a realçar com o uso do PER, é quando queremos comparar duas empresas com base nesse indicador.
Atenção, que essa comparação só se poderá fazer com empresas do mesmo sector! Não tem lógica eu comparar o BCP com a PT por exemplo. Só poderei comparar o BCP com o BPI ou o BES por exemplo.
Já a PT só o poderei fazer com a France Telecom ou outra empresa do ramo.
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Alerto ainda para outro facto. O PER apenas relaciona lucros com preços da acção. Qualquer situação menos favorável no balanço não é directamente apresentada no PER. Imaginem uma empresa que até tem estado a dar lucros mas que tem uma dívida que será incomparável no futuro. Poderá apresentar um PER muito aliciante, mas não a torna num bom investimento.
Por último, mais importante que o PER passado é o PER futuro. É isso que vai reflectir o valor da acção. Para tal temos que conseguir estimar qual vai ser o Resultado Líquido no futuro. E essa é a parte mais difícil e interessante da Análise Fundamental.
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Em suma, o PER é um rácio de grande utilidade, mas que deve ser sempre utilizado em conjunto com outros dados.

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